Para assinalar os 64 anos de celebração do dia da Cidade de Inhambane, é preciso começar por embelezar a cidade. São 90 palmeiras colocadas na marginal da Cidade da boa gente. Trata-se de jovens ligados a um movimento de cidadania denominado Sou Munícipe Daqui que decidiram contribuir para comprar 90 palmeiras e colocar ao longo da marginal da Cidade de Inhambane.
O plantio das mangueiras aconteceu logo as primeiras do dia 12 de Agosto, em locais em que anteriormente tinham sido colocadas acácias, árvores consideradas impróprias para a orla, devido a acção destruidora das raízes.
O aniversário é de toda Cidade, mas quem recebeu o presente são os meninos da escola primária de Machavenga que receberam novas salas de aula e carteiras escolares. As salas que vão colocar fim ao martírio que era estudar nas chamadas salas modulares, que não se adequam a realidade daquele bairro, uma vez que as salas foram concebidas para receber 30 estudantes, mas devido a demanda, em cada uma delas entravam entre 50 a 60 alunos, que estudavam em salas, sem carteiras.
Os libertadores da pátria que deram suas vidas pelo país também foram homenageados, através da deposição de uma coroa de flores na praça dos heróis. Na ocasião, o edil de Inhambane reafirmou o compromisso de cumprir as promessas feitas na campanha eleitoral “continuarei a trabalhar na melhoria das condições de vida e de bem-estar de todos os nossos Munícipes, com mais enfoque para, abertura, pavimentação e melhoramento das vias de acesso urbanas, expansão de rede eléctrica, expansão da rede de abastecimento de água potável e provisão de serviços básicos sociais; respondendo evidentemente às expectativas e anseios esgrimidos em voto expresso na urna para a minha eleição” disse Benedito Guimino.
O autarca aproveitou a ocasião para realçar o que foi feito nos últimos meses desde 2017, tal como é o caso de pavimentação de 2.400 metros de ruas nos Bairros Muelé-01 e 02 beneficiando directamente cerca de 14000 Munícipes, abertura e ensaibramento de ruas nos bairros Muelé, Guitambatuno e Mahila, numa extensão de 3.128 metros, por forma a melhorar as condições de transitabilidade de pessoas e bens beneficiando directamente cerca de 34000 Munícipes, colocação de 162 candeeiros de iluminação pública ao longo da Estrada Nacional Número 05 e nos Bairros Muelé e Malembuane, início de construção de uma Central fotovoltáica e aquisição de componentes para a eletrificação do Bairro da Ilha de Inhambane, beneficiando directamete a cerca de 300 familias residentes daquele ponto do Munícipio, tendo em vista a contínua expansão da rede de energia elétrica, construção de 02 sistemas de abastecimento de água nos Bairros Chamane e Machavenga, no âmbito dos esforços para o fornecimento de agua potável aos munícipes, conclusão da reabilitação da Biblioteca Municipal para a melhoria das condições de comodidade na consulta e aprendizagem dos estudantes e utentes no geral, reabilitação e construção de 02 Blocos administrativos e 04 salas de aula na EP 1 e 2 graus de Marrambone e Machavenga, beneficiando a cerca de 500 alunos, que haviam sido assolados a quando da passagem castastrófica do Ciclone Tropical Dineo, alocação de 200 carteiras nas Escolas Primarias de Conguiana e Machavenga que beneficiam directamente a 800 alunos, reabilitação do Centro de Saúde de Mucucune, melhorando assim os serviços primários de saúde beneficiando a cerca de 9000 Munícipes, construção da Casa Mãe Espera no Centro de Saúde Josina Machel e a reabilitação e ampliação do Mercado Central que ira beneficiar directamente a cerca de 1700 vendedores, que ainda está em obras.
Ainda no âmbito da celebração dos 64 anos da Cidade da boa gente, foram entregues carteiras escolares,  utensílios de prevenção da COVID-19 e inaugurado um parque infantil.
Munícipes lamentam que o desenvolvimento esteja a prejudicar a estética e a história da urbe.
Os munícipes ouvidos pelo O Pais dizem que 64 anos depois, já é possível circular pelas ruas dos bairros periféricos da Cidade de Inhambane, como também melhorou o acesso a agua potável. Mas porque onde há aspectos positivos há também negativos, há quem diz que nem tudo está bem.
António Cabral diz que houve a expansão da rede eléctrica e de água potável,  entretanto, a qualidade da agua e da energia não é das melhores.
Por outro lado, a água da chuva que quando cai na Cidade alaga tudo, tudo porque o sistema de drenagem não tem capacidade para escoar todas águas pluviais.
O que também precisa ser seriamente trabalhado,  são alguns edifícios antigos que fazem parte da história, que estão a ser deitados abaixo em nome da modernidade. É que é comum ver edifício da época colonial que estão a ser demolidos para no lugar desses, serem construídas novas casa, mais modernas.
Mas há quem defenda um equilíbrio entre a história e o desenvolvimento para trilhar o mesmo caminho.
Entre estradas esburacadas e gente bem educada, a cidade orgulha-se de ser uma das mais limpas do pais.
Da beleza, aos principais locais históricos de Inhambane
Além de belas praias, a Cidade de Inhambane foi palco de vários eventos históricos.
Convidamo-lo a seguir um roteiro turístico, pelos principais locais históricos da terra da Boa gente.
A Cidade de Inhambane esta localizada na costa de uma península que limita a baia de Inhambane, uma localização perfeita para o comercio. Por isso mesmo, diz a história que a cidade foi fundada por mercadores suaílis e visitada pelos portugueses pela primeira vez em janeiro de 1948.
458 Anos depois, precisamente a 12 de Agosto, a então Vila de Inhambane foi elevada a categoria de Cidade, depois de 4 seculos de muitas histórias.
Um desses pontos que marca a história de Inhambane é o pórtico de deportação de escravos, local em que as pessoas eram acorrentadas e depois vendidas para mão-de-obra gratuita nas grande plantações em São Tome e Príncipe, bem como noutras colonias portuguesas.
Entre 1910 e 1922, era naquele local que se fazia o comércio dos escravos em Inhambane, os escravos eram concentrados junto ao edifício branco enquanto aguardavam a sua deportação.
A torre mais alta da Cidade pertence a Igreja Católica e foi das primeiras catedrais a ser construída na zona sul do país. Construída no seculo XVIII, a capela serviu como casa de orações dos católicos ate 7 de Dezembro de 1974, quando foi construída a actual catedral de Inhambane.
O dia 25 de Junho de 1975 é das datas mais conhecidas na história de Moçambique. Mas o que pouca gente sabe, é que poucos dias antes, a praia de Tofo acolheu um dos eventos mais importantes da história de libertação do país. Foi lá em que realizou-se a 6ª sessão do comité central da Frelimo que aprovou a 1ª constituição da república popular de moçambique, numa reunião chefiada polo falecido Presidente Samora Machel
Na altura o pais ainda não era independente, de tal modo que uma das reuniões mais importantes da historia foi realizada de forma clandestina, para não chamar atenção do governo português,
Quem vê as aguas azuis e a beleza da praia do Tofinho, não imagina a historia sombria que rochas daquela praia poderiam contar. O Chamado “buraco dos assassinados” foi o local escolhido pela antiga polícia política do governo colonial português.
Todas as pessoas suspeitas de simpatizar com a Frente de Libertação de Moçambique eram levado para o buraco de onde só saia sem vida, depois de horas de tortura.
Estes são os principais locais históricos da Cidade de Inhambane, uma Cidade tao acolhedora que Vasco da Gama apelidou-a de “Terra da Boa Gente” e tao apreciada que em 1796 foi saqueada por piratas franceses